As corujas são animais fascinantes.
Inteligentes, sábias, sagazes e possuidoras de uma paciência invejável. São símbolos da sabedoria, pois sua principal característica é a observação. Fazem uma análise detalhada do mundo a sua volta; justamente por isso a evolução da espécie fez com que possuissem a capacidade de rotacionar a coluna cervical em praticamente 360º.
Admiro também o fato de serem criaturas noturnas. Passam seus dias vivendo quando a maioria está dormindo. Caçam, comem e criam os seus filhotes na escuridão. Seres bem adaptados a essa situação, pois tem grandes e poderosos olhos, que as permitem enxergar muito bem na ausência de luz.
Minha fascinação por elas faz com que me identifique muito com seu modo de vida. Por trabalhar a noite, acabei fazendo uma pequena mudança no meu relógio biológico. Não é a toa que estou escrevendo este texto às 3:00 da manhã. Contudo me identifico também com a sua habilidade de serem observadoras - o meu pescoço NÃO gira 360º, se alguém imaginou isso. Tenho uma postura muito parecida, consigo notar pequenos detalhes nas pessoas e nas situações que vivo, que passam despercebidos pela maioria. Penso que outro fato que comprova essa minha característica, é o fato de eu falar muito pouco - "No silêncio é que amadurecemos as palavras".
Sinto que tomei essa postura por ouvir repetidas vezes de uma pessoa muito especial: "Você é muito imaturo, precisa crescer mais".
Passei a fazer mais silêncio...
Converso com as pessoas, mas poucas (e são muito poucas mesmo), são as que ouvem de mim explicações sobre meus sentimentos e pensamentos. Tenho muita dificuldade para me abrir e me "explicar" para os outros. Tão grande quanto é a minha dificuldade de permitir que as pessoas se aproximem de mim. O que me torna um pouco mais distante e acaba alimentando esse círculo vicioso. Por vezes passo até a impressão de ser muito sério, de ser brabo e antipático (já ouvi
isso algumas vezes). Não me importo muito com o que os outros pensam, mas sinto que isso faz com que pessoas especiais se afastem de mim e nem tentem se aproximar; outras vezes sinto que passo uma impressão errada a meu respeito.
Como todo mundo, sei que tenho verdadeiros "tesouros" guardados dentro do meu "eu" interior, a questão é que estou apenas passando uma fase diferente, conturbada no que se trata de emoções, e sei que sairei melhor e mais forte da tempestade, podendo voltar a enxergar mais coisas boas ao meu redor.
Corujas são fascinantes, vocês não acham?
Um grande abraço a todos, e que a Força esteja conosco, sempre!
P.S.: O sono se foi, ficou lá fora, junto com uma caixa onde tento deixar alguns pensamentos. Eles escaparam, mas parece que deixaram o sono preso por lá. Vou tentar procurar a caixa, mas não lembro onde deixei...
Imagino que algumas pessoas não me conheçam e não sabem o que faço da vida. Vou tentar resumir um pouco das minhas atividades.
Sou formado em enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Trabalho em Novo Hamburgo em um hospital, no turno da noite (noite de trabalho intercalada com uma folga). Sou baixista de uma banda de Rock (Ed Noia); fã incondicional de Star Wars; apreciador de cerveja e vinho; degustador de charutos e um super fã de video games e jogos de computador.
Até aqui nada anormal, cada uma das atividades rende um texto em separado, mas a inspiração que me levou a escrever, depois de um plantão de 12h, surgiu às 5h da manhã durante meu turno de trabalho.
Dentre as minhas atividades na empresa, está a de ser responsável pelo setor de Bloco Cirúrgico, Maternidade e UTI Neonatal. Nas minhas horas de trabalho, realizo muitas rotinas, porém sempre aparecem algumas surpresas, como a dessa noite.
Estava envolto em meus pensamentos (por volta das 4:40 da madruga) quando chega ao hospital uma gestante e seu esposo. A moça estava em Trabalho de Parto, no final de sua gestação. Logicamente não resta outra opção para o bebê: ele tem que sair da barriga da mamãe. Coisa impressionante! Uma coisinha tão pequena e cheia de vida, que um dia entrou por vontade própria no útero da mulher, agora sai expulso (sim, essa é a palavra que usamos) pelo ventre, enxotado, por não ter mais espaço dentro da sua "casa"; afinal, a barriga da mãe é nossa primeira casa.
Como pode acontecer uma coisa dessas? Duas únicas células que se unem, geram um novo ser, em um lugar completamente impensável (a barriga de alguém). Não importa quantas vezes eu assista a cena de um nascimento, isso sempre me impressiona. Toda vez que vejo um bebê sair do ventre de sua mãe, dou-me conta que estou acompanhando o maior milagre da vida, e talvez a prova de que Deus existe e ainda acredita em nós.
Aquela "coisinha" perfeitinha, um ser vivo, nasce cheio de potenciais! Irá crescer, se desenvolver, aprender, errar, chorar, rir, se apaixonar, como todos nós. E o mais incrível de tudo: surgiu de duas únicas células!! Formando-se e sendo nutrido dentro de outro ser vivo.
Por vezes penso que minha profissão não é simplesmente um trabalho, mas sim um dom e uma oportunidade de acompanhar esse e outros milagres que a vida proporciona.
Sinto que toquei nesse assunto porque passo por períodos de angústia e ansiedade, perguntando o que tem lá na frente me esperando. Contudo, quando penso que já passei pela mesma situação que o bebê passou, de lutar pra chegar a esse mundo, de me espremer pelo canal do parto pra poder mostrar "Ei, eu tô aqui, e tô vivo!!", posso enfrentar qualquer situação.
Pensem nisso, cada um de vocês. Não somos perdedores! Nascemos para vencer! A prova disso é que vencemos desde o primeiro segundo de vida.
Grande abraço, que a Força esteja conosco, sempre!
Há muito tempo, numa galáxia distante...
Gente amiga, cá estou, depois de muito tempo, retornando ao mundo blogueiro - graças também ao estímulo do amigo e cofundador do "Que Momento", o Antonio.
Um pouco fora de ritmo, destreinado na escrita, mas com milhões de idéias fervilhando na cuca, loucas para serem partilhadas com meu amigos e leitores de blog. Fico feliz de estar de volta. Lá se vão 2 anos e 11 dias do meu último texto publicado. Retorno em novo blog, pois o antigo não lembro mais o endereço, login e senha =D.
Mais experiente, cheio de histórias pra contar, muitas alegrias e algumas tristezas. Algumas coisas permanecem iguais, assim como os amigos permanecem na minha vida. Espero, sinceramente, que essa experiência de escrever seja tão divertida para meus amigos quanto é para mim.
Tá, o cara fica enrolando, enrolando e não diz nada? Calma, não sejam afoitos e aniosos demais. Aos poucos meu cérebro e meus dedos entrarão em sintonia e as histórias sairão ao natural.
Desde já agradeço a atenção de todos. Aproveitem ao máximo minhas reflexões e opinem, se não for pedir muito.
Um grande abraço.
